Lewis Carroll (1832-1898) foi o pseudônimo
pelo qual o reverendo britânico Charles Lutwidge Dodgson tornou-se mundialmente
famoso, máxime após a publicação de "Alice no País das Maravilhas",
livro infantil que, com a passagem dos séculos, tornar-se-ia um dos maiores
clássicos da Literatura Inglesa.
Além de grande fabuista "nonsense",
Carroll também tinha talento como poeta. É o que prova o poema
"Jaguadarte", que eu extraí do livro "Através do Espelho e O Que
Alice Encontrou Por Lá", que Carroll escreveu em 1871 como continuação de
"Alice no País das Maravilhas".
Na história, Alice, ao encontrar o Homem-Ovo,
pede a ajuda dele para fazê-la entender o sentido dos versos de
"Jaguadarte". Alice confunde-se com as palavras, que misturam sons e
sentidos. Ou seja, a menina Alice quer compreender aqueles signos linguísticos,
galvanizados por uma curiosa fusão de significante
(elemento material, concreto, perceptível) e significado (elemento imaterial, inteligível, conceitual).
Na tradução primorosa de Augusto de Campos
(missão dificílima vertê-lo ao português, como pude notar ao ler o texto
original em inglês), o próprio tradutor prefacia o seu trabalho, comentando que
"o mínimo que se pode dizer (de Jaguadarte) é que é um dos poemas
fundantes da modernidade”. Para compô-lo, Campos anota que Carroll usou
“palavras-valise, que empacotam dois ou três vocábulos num só”.
Como aprecio a Literatura Inglesa clássica,
fica minha homenagem a este grande fabulista chamado Lewis Carroll, um homem
que, com sua imaginação prodigiosa, deu origem a um mundo infantil
absolutamente encantador.
Jabberwocky
The jaws that bite,
the claws that catch!
One, two! One, two! And
through and through
He left it dead, and
with its head
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